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UM SÓ MEDIADOR: A suficiência de Cristo em meio à celebração humana.

Ontem, dia 08/05/2025, o mundo acompanhou com grande atenção a escolha de um novo papa. Vimos multidões reunidas, em lágrimas e grande comoção ao se ouvir o tradicional anúncio: “Habemus Papam”.

Para muitos, esse momento representa a continuidade de uma liderança espiritual considerada sagrada, estabelecida como sucessor do Apóstolo Pedro, como uma autoridade sobre milhões de pessoas no mundo todo. Como cristãos evangélicos, observamos tudo isso com um misto de respeito pela fé alheia, mas também com profunda tristeza e zelo pela verdade das Escrituras.

Tristeza, porque vemos milhões de pessoas colocando sua fé e esperança em um homem, atribuindo-lhe títulos como “Santo Padre”, “Vigário de Cristo” e até mesmo “representante de Deus na terra”. Essa visão, embora enraizada em séculos de tradição, não encontra fundamento na Palavra de Deus.

A Escritura é clara: há um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, o Filho de Deus. Como está escrito: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” 1 Timóteo 2:5.

Não há outro que possa ocupar esse lugar. Nenhum homem, por mais piedoso ou influente que seja, pode substituir ou representar Jesus Cristo na Terra em sua função de Cabeça da Igreja. “E ele é a cabeça do corpo, da igreja...” Colossenses 1:18.

A Igreja de Cristo é conduzida pelo Espírito Santo, a autoridade final sobre ela é a própria Palavra de Deus e não uma sucessão humana ou uma instituição centralizada. O Apóstolo Pedro, a quem os papas reivindicam suceder, jamais foi apresentado nas Escrituras como soberano da Igreja ou como alguém a ser sucedido em um trono espiritual.

Pelo contrário, ele mesmo se identifica como “presbítero” (1 Pedro 5:1), servo e jamais se colocou como chefe supremo entre os apóstolos. É importante também lembrar que Cristo, nosso Rei e Sumo Sacerdote, está vivo nos céus, assentado à direita do Pai, intercedendo por todos nós (Hebreus 7:25; Romanos 8:34). 

Ele não deixou seu trono vago para que outro o ocupasse. Ele reina soberano e eterno. Não há necessidade de outro intercessor, outro mediador, outro representante. A suficiência de Cristo é plena.

Como evangélicos, não nos gloriamos em líderes terrenos, mas em Jesus Cristo crucificado e ressurreto. Temos líderes espirituais? Sim. Pastores, mestres, evangelistas, chamados para servir, ensinar e edificar a Sua Igreja, jamais para governar com autoridade absoluta ou substituir Cristo Jesus.

Reconhecemos que muitos católicos vivem sinceramente sua fé e merecem nosso respeito como seres humanos criados à imagem de Deus. Mas o amor pela verdade nos obriga a dizer com firmeza: a fé verdadeira precisa estar firmada em Cristo Jesus e em sua Palavra, não em homens, tradições ou instituições humanas.

Que este tempo de celebração humana nos leve a refletir: a quem temos dado a glória e a nossa esperança? Que possamos voltar nossos olhos ao verdadeiro Senhor da Igreja, que disse: “Eu edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mateus 16:18.

Cristo é suficiente. Nele temos tudo. E não há outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos (Atos 4:12). Essa preocupação não é nova. O apóstolo Paulo, em sua carta aos Gálatas, expressa profunda tristeza ao ver crentes se afastando do evangelho puro de Cristo para seguir outro evangelho, que, na verdade, nem evangelho era (Gálatas 1:6-9).

Isso mostra como a distorção da verdade não deve ser ignorada ou tratada com indiferença, mas confrontada com zelo e amor pela verdade. Além disso, é importante lembrarmos que o evangelho de Jesus Cristo é simples e suficiente.

Ele não requer mediadores humanos entre Deus e os homens. O apóstolo Paulo adverte: “Temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, também sejam corrompidos os vossos pensamentos, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo” 2 Coríntios 11:3.

Quando algo ou alguém se coloca entre o crente e a suficiência de Cristo, há risco de idolatria religiosa. Por fim, é necessário um apelo sincero: seja você católico ou evangélico, examine seu coração hoje mesmo. 

Cristo realmente ocupa o centro da sua fé? Ele é o único a quem você se entrega como Senhor e Salvador? Ou tradições e figuras religiosas têm assumido um lugar que pertence somente a Ele? A fé cristã verdadeira não se fundamenta em homens, mas no Deus encarnado, crucificado e ressurreto, Jesus, o único mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5).

Que o Senhor Deus nos conceda discernimento, amor pela verdade e firmeza para viver e proclamar o evangelho genuíno, aquele que aponta unicamente para Cristo Jesus.

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