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A SALVAÇÃO É PELA GRAÇA E NÃO PELAS ÁGUAS.

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” Mateus 11:28

Muitos cristãos sinceros vivem uma fé pesada, marcada por incertezas, angústias e um fardo de culpa que parece não ter fim.

Isso acontece, em grande parte, por causa de ensinos distorcidos sobre a salvação, o batismo, o pecado e o perdão de Deus.

Uma das doutrinas que mais aprisionam a alma é a que ensina que o perdão dos pecados e a salvação são alcançados apenas através do batismo em águas.

Embora o batismo seja um mandamento bíblico e uma bela representação pública da fé em Cristo, ele não é o meio pelo qual os pecados são perdoados.

A Bíblia ensina com clareza que o perdão dos pecados é resultado da fé na obra redentora de Jesus Cristo, e não da imersão em um tanque.

Em Efésios 2:8-9 é taxativo: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.”

Quando alguém entende que precisa “merecer” o perdão através de boas obras ou rituais, está vivendo um evangelho distorcido, fundamentado em méritos humanos e não na graça soberana de Deus.

O batismo, nesse contexto, é um testemunho de fé, um símbolo da nova vida em Cristo (Romanos 6:3-4), mas não o agente da salvação em si.

Pecar após o batismo não significa que a salvação foi perdida, nem que é necessário “começar do zero” para ser aceito por Deus novamente.

A salvação não é um ciclo de perdão que se reinicia toda vez que pecamos — ela é um ato consumado na cruz, que nos declara justos diante de Deus pela fé em Cristo.

Todos os crentes ainda lutam contra o pecado enquanto vivem neste corpo mortal (Romanos 7:18-25), mas a fidelidade de Deus e o sacrifício de Cristo continuam sendo suficientes para perdoar e restaurar o coração arrependido.

O Apóstolo João, escrevendo aos cristãos já batizados, afirmou: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” 1 João 1:9.

O verdadeiro cristão peca, sim — mas também se arrepende, confessa e continua sendo perdoado pela graça de Deus.

Infelizmente, alguns ensinos criam uma falsa hierarquia dos pecados, como se apenas o adultério, a prostituição ou certos hábitos alimentares fossem condenáveis, enquanto mentiras, invejas, soberba e malícia são apenas “fraquezas”.

Essa distorção leva as pessoas a acreditarem que estão bem com Deus quando, na verdade, ignoram pecados internos, espirituais, que corroem a alma.

Jesus confrontou duramente os fariseus por esse mesmo motivo. Eles se vangloriavam por não cometerem certos pecados externos, mas negligenciavam o coração, onde estavam os pecados que Deus mais abomina: o orgulho, a hipocrisia, a dureza de coração (Mateus 23:27-28).

Essa forma de viver a fé acaba sendo extremamente cruel. A alma começa a carregar fardos pesados, vive em constante vigilância não por temor santo, mas por medo da condenação.

O pecado cometido se transforma num ponto de ruptura e muitos acham que precisam pagar com obras ou sacrifícios para serem novamente aceitos por Deus.

Mas a cruz já foi suficiente! A morte de Cristo pagou por todos os pecados — passados, presentes e futuros — daqueles que verdadeiramente creem. “Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados” Hebreus 10:14.

Quando a pessoa não entende isso, o sentimento de culpa se agrava. Ela se afasta da comunhão, perde a alegria da salvação, entra em conflitos internos profundos e até em depressão espiritual.

A mente fica em tormento, achando-se indigna, incapaz de se reconciliar com Deus, como se o sangue de Jesus não fosse suficiente. E isso é grave, pois nega, ainda que involuntariamente, a suficiência da cruz.

É preciso lembrar que o evangelho é liberdade, e não escravidão. Cristo disse: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” João 8:32. Quem vive uma fé baseada na culpa e na obrigação não entendeu ainda o que é viver em Cristo.

O Espírito Santo não apenas convence do pecado, mas também consola, guia e fortalece o crente em sua caminhada. Ele nos conduz ao arrependimento, mas nunca ao desespero.

Portanto, o caminho de volta a Deus não está nas boas obras, nem em rituais repetidos, mas no arrependimento sincero e na confiança plena na graça do Senhor.

Deus não espera de nós perfeição, mas obediência. Ele sabe que somos pó (Salmos 103:14), e mesmo assim nos ama com amor eterno.

“Filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” 1 João 2:1. Ele intercede por nós, mesmo quando tropeçamos.

Aos que carregam fardos religiosos e culpas intermináveis, Jesus ainda faz um convite: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” Mateus 11:28.

É em Cristo, e somente n’Ele, que encontramos o descanso da alma, o perdão verdadeiro, a paz com Deus e a liberdade para viver uma vida transformada pelo Espírito.

Então, o que acontece quando pecamos? O Espírito Santo nos confronta. Ele é o Consolador, mas também aquele que nos convence do pecado.

A culpa vem — não como acusação destrutiva, mas como um alerta da consciência. O próximo passo é claro: arrepender-se. Orar, confessando o seu pecado e pedindo perdão com um coração sincero.

A Bíblia promete: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” 1 João 1:9. É o sangue de Jesus que nos purifica — não nosso mérito, nossa conduta ou nossos sacrifícios.

Portanto, se você tem carregado um peso que ninguém vê, uma angústia que o faz acreditar que Deus não pode mais te perdoar, lembre-se: a salvação é pela graça e a cruz de Cristo é suficiente.

Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Romanos 8:1). Abandone toda teologia baseada no medo e nas obras.

Viva em liberdade, confiante de que Deus está mais interessado no seu arrependimento sincero do que na sua perfeição religiosa.

Abrace a graça. Viva pela fé. Confie na fidelidade daquele que começou a boa obra e há de completá-la até o dia de Cristo Jesus (Filipenses 1:6).

Se você vive esse conflito ou conhece alguém passando por isso, compartilhe esta verdade: Cristo salva pela graça, sustenta pela fé e perdoa com misericórdia. Ninguém é digno — mas pela cruz, somos aceitos.

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