Muitos vivem sua fé como uma fachada bonita, cheia de palavras corretas, costumes respeitáveis e uma rotina religiosa inquestionável.
Aos olhos dos outros, são espiritualmente “felizes”, corretos, firmes. Mas por trás dessa aparência, há uma alma cansada, seca, distante de Deus.
Sentem que algo está errado, sabem que precisam de mais — mais presença de Deus, mais intimidade, mais verdade —, mas permanecem paralisados.
Presos em estruturas religiosas que mais sufocam do que libertam, vivem numa prisão invisível que os impede de crescer, reagir, romper.
Essa é a realidade de muitos que foram anestesiados espiritualmente e seguem dia após dia fingindo uma plenitude que não têm.
Essa condição espiritual não é nova. Jesus já alertava sobre os fariseus, que honravam a Deus com os lábios, mas tinham o coração longe d’Ele (Mateus 15:8).
O apóstolo Paulo, ao escrever a Timóteo, descreveu os que têm aparência de piedade, mas negam o poder dela (2 Timóteo 3:5).
São pessoas que sabem que Deus existe, frequentam cultos, fazem orações mecânicas, mas estão desconectadas da vida do Espírito.
É possível viver anos na igreja e nunca experimentar verdadeira comunhão com Deus. E o pior: quando a alma se acostuma com o vazio, começa a se contentar com a casca, e isso é mortal para a fé.
Por trás desse comportamento religioso, muitas vezes existe orgulho, medo e conformismo. Orgulho de parecer mais espiritual do que realmente é.
Medo de ser julgado, excluído, desacreditado. E conformismo por não crer mais que a mudança é possível.
Porém, a Palavra de Deus confronta essa inércia com um chamado à verdade. Jesus disse à igreja de Laodicéia: “Dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma; e nem sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu” Apocalipse 3:17.
É possível pensar que está tudo bem, quando na verdade tudo está mal. E só o Espírito Santo pode abrir os olhos para enxergar essa realidade com arrependimento.
É necessário romper. Romper com a rotina que não transforma. Romper com sistemas que limitam.
Romper com a religiosidade vazia e buscar, de fato, a face de Deus. A promessa continua de pé: “Buscar-me-eis e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração” Jeremias 29:13.
Deus não se revela a quem vive de aparência, mas a quem se humilha e se entrega. O salmista clamou: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos” Salmos 139:23.
Esse tipo de oração não cabe na vida de quem vive só de rituais. Ela brota de um coração que deseja ser transformado de verdade.
É preciso despertar. O apóstolo Paulo escreve: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará” Efésios 5:14.
A anestesia espiritual só é rompida com um choque de realidade: reconhecer que está dormindo e clamar por vida.
Não adianta mudar o exterior se o interior continua dominado pela frieza, pelo orgulho, pela conformidade com a mediocridade espiritual. A vida plena com Deus começa quando a verdade prevalece sobre a aparência.
Por fim, não basta lamentar. É preciso agir. Buscar ao Senhor enquanto se pode achar (Isaías 55:6), voltar ao primeiro amor (Apocalipse 2:5), abandonar a hipocrisia espiritual e viver com sinceridade diante de Deus.
A fé não é uma performance para os outros verem. É um relacionamento profundo com o Pai, que gera transformação, liberdade, paz e propósito.
A casca religiosa pode enganar por um tempo, mas Deus conhece o interior. Ele vê além das palavras, além dos gestos, além dos ritos.
E Ele continua chamando: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” Mateus 11:28.
Se você sente que está preso numa espiritualidade sem vida, não ignore esse incômodo. É o Espírito Santo te chamando de volta.
Ainda há tempo para recomeçar, ser sincero, ser livre. Deus não rejeita um coração quebrantado (Salmo 51:17), e o verdadeiro evangelho não é uma prisão, mas libertação.
Não viva mais um dia fingindo estar bem. Busque a Deus com todo o seu coração — e você o encontrará.
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