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DO RIACHO À FONTE: A maturidade da fé.

“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus.” Filipenses 1:6.

Esses dias estive refletindo sobre o caminho que trilhamos dentro do contexto religioso em que vivemos por tantos anos.

Durante muito tempo, acreditávamos que estávamos no caminho certo, fazendo tudo conforme o que nos era ensinado.

Seguíamos doutrinas, práticas e tradições com sinceridade de coração, sem imaginar que, em muitos aspectos, vivíamos uma fé limitada, presa a estruturas humanas e, por vezes, desconectadas da essência do evangelho.

Mas chegou um tempo em que Deus, pela Sua graça, abriu os nossos olhos. Foi como se uma luz fosse acesa dentro de nós.

Começamos a perceber erros, exageros, omissões — coisas que antes pareciam normais, mas que passaram a nos incomodar profundamente.

Com isso, veio o afastamento. Uma separação que não foi fácil, mas necessária. E, vez ou outra, surge a pergunta: “Por que Deus, mesmo depois de nossa conversão, permitiu que vivêssemos tanto tempo ali? Por que não nos mostrou uma igreja bíblica e saudável desde o início?”

É claro que não compreendemos todos os mistérios de Deus, nem todos os Seus planos. Mas gosto de pensar que nada do que vivemos foi em vão.

Tudo tem um propósito diante d’Ele. Cada etapa da nossa jornada teve seu valor e cooperou para a nossa formação.

Às vezes, Deus nos permite permanecer em certos lugares justamente para nos moldar. Ele usa contextos difíceis, ambientes religiosos rígidos ou limitados para lapidar nosso caráter e nos amadurecer espiritualmente.

Gosto de imaginar essa fase como um riacho de água corrente. No início da caminhada, quando nossa fé ainda é imatura, nos preocupamos com cada detalhe, com cada regra, com cada partícula de sujeira.

Nos abaixamos com cuidado, usamos as mãos para tentar purificar a água antes de beber, porque ainda estamos sendo ensinados sobre o que é certo ou errado, sobre o que agrada a Deus. Estamos aprendendo a discernir.

Mas, com o passar do tempo e com a maturidade espiritual, passamos a entender que a vida cristã não está apenas na superfície da água, mas na fonte que jorra da eternidade.

Já não nos preocupamos mais com aquilo que antes parecia essencial. Nos abaixamos e bebemos da água com confiança, porque sabemos que o que importa é a nossa comunhão com Cristo, e não mais as regras que nos cercavam no passado.

Com maturidade, a caminhada se torna mais leve. Não porque agora fazemos o que queremos, mas porque entendemos que a graça nos sustenta.

Percebemos que Cristo é o centro de tudo. As doutrinas que nos moldaram, mesmo que rígidas, nos deixaram lições preciosas.

Elas nos prepararam, nos ensinaram a reverenciar a santidade, a buscar uma vida piedosa.

Por isso, não devemos desprezar o que vivemos. Faz parte da nossa história. Mas também é preciso reconhecer que, agora, somos chamados a caminhar em liberdade, com os olhos fixos em Jesus, autor e consumador da nossa fé.

Hoje entendemos que não estamos mais presos a um sistema. Estamos em Cristo. E, por estarmos n’Ele, tudo o que vivemos — os erros, os acertos, as lutas, os desertos — contribuiu para que chegássemos até aqui com uma fé mais sólida, mais consciente e mais verdadeira.

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