A VITÓRIA DE CRISTO E OS DONS DERRAMADOS SOBRE NÓS: Quando a Palavra permanece no coração, mesmo em meio às limitações, é porque Deus tem um propósito eterno.
Desde criança, sempre enfrentei dificuldades para memorizar textos e detalhes, em especial por causa de problemas no sono que afetaram minha memória. Muitas lembranças, histórias e até sonhos se perderam ao longo da vida.
Mas existe um episódio que até hoje guardo no coração. Eu tinha apenas oito anos quando visitei meus avós em Campinas e, em um culto de jovens, precisei decorar um versículo para recitar.
Lembro-me de minha mãe lendo o texto para mim enquanto eu me arrumava naquela manhã. Naquele momento, as palavras não fizeram tanto sentido, mas eu as decorei.
O tempo passou, já são mais de trinta e cinco anos e aquele versículo jamais saiu da minha mente: “Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens” Efésios 4:8.
Esse detalhe da minha vida sempre me impressionou. Como algo que aprendi em poucas horas pôde permanecer em minha mente por tantos anos, quando tantas outras memórias se perderam?
Isso me ensina que a Palavra de Deus, quando plantada em nosso coração, não depende apenas da nossa capacidade humana de lembrar, mas da ação do Espírito Santo que a grava de forma eterna e viva.
Foi exatamente isso que o apóstolo Paulo quis destacar ao escrever aos efésios. Ao citar o Salmos 68:18, ele apresenta Cristo como o vencedor que, depois de triunfar sobre o pecado, a morte e o inferno, ascendeu em glória.
E não apenas levou cativo o cativeiro, como também repartiu dons espirituais à Sua Igreja. A vitória de Cristo não se limitou a vencer as forças que nos aprisionavam; ela também abriu espaço para nos capacitar a viver em liberdade e serviço.
Essa verdade ecoa em nossas vidas. Primeiro, porque nos lembra que já não somos escravos. O medo, a culpa, a ansiedade ou o pecado que insistem em nos prender já foram levados por Cristo.
Segundo, porque nos ensina que cada um de nós recebeu dons para servir. Ninguém foi deixado de fora: a vitória de Jesus se traduz em capacitação espiritual para que todos possam contribuir para a edificação da Igreja.
Se até mesmo uma memória frágil como a minha pôde carregar por décadas a marca desse versículo, é porque Deus quis mostrar que aquilo que Ele planta em nós jamais será arrancado. Da mesma forma, os dons que Ele reparte não se perdem nem se anulam, mas permanecem como instrumentos vivos de serviço.
Diante disso, a pergunta que fica para nossa reflexão é: se Cristo já levou cativo o cativeiro e nos concedeu dons, temos vivido como servos libertos e ativos no Reino, ou ainda insistimos em carregar correntes que Ele já quebrou?
Eu tenho na memória muitos versículos memorizados na infância. À época, eram só palavras vazias de sentido. Hoje, tendo o Senhor Jesus aberto os meus olhos, sempre me admiro em descobrir verdades profundas que antes me eram ocultas. Glória a Deus por isso!!!
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