Muitos cristãos vivem aprisionados por uma inquietação silenciosa: “Será que sou mesmo salvo?” Apesar de conhecerem o Evangelho, de participarem da igreja e até de servirem em ministérios, convivem com a angústia da incerteza.
A cada queda, a cada fraqueza espiritual, surge a dúvida. É como alguém que possui um documento de identidade, mas nunca tem coragem de apresentá-lo, por não acreditar que realmente lhe pertence. Essa insegurança rouba a paz, fragiliza a fé e paralisa a vida cristã.
Essa realidade não é apenas atual. No primeiro século, muitos crentes também enfrentaram dúvidas quanto à salvação. Foi por isso que o apóstolo João escreveu: “Estas coisas lhes escrevi a fim de que vocês saibam que têm a vida eterna, vocês que creem no nome do Filho de Deus” (1 João 5:13).
A intenção do apóstolo era clara: Deus não deseja que Seus filhos vivam inseguros, mas firmes na certeza da obra consumada por Cristo. A dúvida não vem de Deus, mas da nossa limitação humana e das setas lançadas pelo inimigo, que tenta nos afastar da confiança no evangelho.
Quando voltamos à cruz, entendemos que a nossa salvação não depende de sentimentos, mas da fidelidade da promessa divina. O apóstolo Paulo declara: “Se com a sua boca você confessar que Jesus é Senhor e em seu coração crer que Deus o ressuscitou dentre os mortos, você será salvo” (Romanos 10:9).
A base da salvação não é nossa performance, mas a obra de Cristo. Ele já levou nossos pecados, já pagou nossa dívida, já nos deu nova vida. Quando cremos nessa verdade, temos segurança, ainda que as dúvidas tentem nos assaltar.
A Bíblia também nos mostra exemplos de pessoas que viveram essa luta. O Apóstolo Pedro, após negar Jesus três vezes, certamente se sentiu indigno de ser chamado discípulo. Mas Cristo o restaurou, reafirmando três vezes: “Apascente as minhas ovelhas” (João 21:17).
Pedro não apenas foi perdoado, mas recebeu a certeza de que sua identidade como apóstolo não havia sido anulada. Assim como Pedro, muitos de nós precisamos lembrar que a dúvida não define quem somos, mas sim a voz do Senhor que nos chama de filhos.
Na prática, vencer a dúvida da salvação exige cultivar uma vida de fé alicerçada na Palavra e não nos sentimentos. A leitura diária das Escrituras, a oração sincera, a comunhão com a igreja e a lembrança constante das promessas de Deus são meios pelos quais o Espírito Santo fortalece nossa confiança.
Quanto mais conhecemos a Cristo, menos espaço damos à insegurança. Como Paulo escreveu: “Estou certo de que aquele que começou boa obra em vocês há de completá-la até o Dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1:6).
Portanto, se você vive em Cristo, saiba que sua salvação não depende do que você sente hoje, mas do que Jesus fez na cruz e da promessa de Deus que não pode falhar.
E aqui fica a reflexão: você tem firmado sua certeza de salvação nas promessas imutáveis de Deus ou ainda tem vivido refém das dúvidas que nascem da sua própria fragilidade?
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