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EXCLUSÃO OU RESTAURAÇÃO? Por que muitas igrejas afastam em vez de cuidar.

Todos nós já ouvimos ou vimos casos de irmãos que, em momentos de fraqueza espiritual ou queda moral, foram mais julgados do que acolhidos pela igreja. Muitas vezes, em vez de encontrarem no corpo de Cristo um lugar de cura, acabaram sendo afastados, excluídos ou silenciados.

Esse tipo de postura gera feridas profundas, tanto no coração do membro quanto no testemunho da comunidade. A pergunta que ecoa é: por que tantas igrejas preferem excluir a ovelha ferida em vez de cuidar dela?

Parte da resposta está em nossa dificuldade humana de lidar com o pecado dos outros. Julgar e afastar parece mais fácil do que se envolver, chorar junto, discipular e restaurar.

O apóstolo Paulo nos lembra, porém, que a postura correta é outra: “Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, devem restaurar essa pessoa com espírito de mansidão. E cuidem-se para que vocês também não sejam tentados” (Gálatas 6:1). A palavra-chave aqui é “restaurar” e não excluir.

Um exemplo bíblico marcante é a parábola do filho pródigo. O jovem desperdiçou a herança e se afastou da casa do pai, mas ao retornar arrependido, não encontrou portas fechadas, e sim braços abertos.

O pai não apenas o recebeu, como o restaurou à condição de filho amado (Lucas 15:20-24). Essa parábola não foi contada à toa: Jesus queria mostrar que o coração do Pai não é o de descartar os caídos, mas o de resgatar e restaurar.

No entanto, muitas igrejas acabam agindo de modo contrário. Por medo de escândalos, por zelo mal compreendido ou até por falta de preparo pastoral, preferem manter a “boa aparência” da comunidade em vez de lidar com as fragilidades de seus membros.

O resultado é um ambiente que privilegia a imagem ao invés da graça, e que fere a essência do evangelho. Afinal, o próprio Cristo afirmou: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores” (Marcos 2:17).

Na prática, precisamos recuperar a mentalidade bíblica de cuidado mútuo. Restaurar exige paciência, amor, acompanhamento, tempo de discipulado e oração.

É mais trabalhoso que excluir, mas é o caminho do evangelho. Quando a igreja restaura um membro ferido, ela mostra ao mundo que a graça é real, que a cruz ainda transforma e que ninguém está além do alcance do amor de Deus.

Portanto, se a exclusão pode até preservar uma imagem, é a restauração que preserva a missão. A igreja foi chamada para ser hospital de almas, não tribunal de acusação.

Assim, quando alguém cai em pecado em sua comunidade, você tem se posicionado mais como juiz que afasta ou como irmão que estende a mão para restaurar?

Comentários

  1. Exatamente meu irmão, que reflexão cheia do poder de Deus, essa é a verdadeira igreja de Cristo, a que acolhe

    Deus te abençoe sempre 🙏🏾

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