Pular para o conteúdo principal

A CULTURA DO CANCELAMENTO E O CRISTÃO: Permanecer fiel a Cristo quando a verdade custa caro.

Numa era marcada por julgamentos rápidos, linchamentos digitais e condenações públicas instantâneas. A chamada “cultura do cancelamento” é o reflexo de uma sociedade que, em nome da justiça própria, assume o papel de juiz e muitas vezes sem misericórdia.

Uma palavra fora do “padrão”, uma opinião impopular, uma verdade que confronta e lá está a multidão pronta para apagar, punir e expor. Em meio a tudo isso, surge a pergunta: como o cristão deve se posicionar diante de uma cultura que não tolera a verdade do Evangelho?

Jesus já havia advertido: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim” João 15:18. O cristianismo autêntico sempre foi contracultural. Ser luz no meio das trevas nunca foi confortável e hoje não é diferente.

Quando um cristão decide viver pela verdade, ele automaticamente se torna alvo da oposição daqueles que rejeitam a luz. Não porque busca polêmica, mas porque a Palavra de Deus, por si só, confronta o pecado e expõe o erro.

A cultura do cancelamento não é novidade para os que seguem a Cristo. Desde os tempos bíblicos, homens e mulheres fiéis foram perseguidos, difamados e rejeitados por não negociarem a verdade.

Jeremias foi chamado de traidor por pregar o juízo de Deus. João Batista foi decapitado por denunciar o pecado de Herodes. Estevão foi apedrejado por anunciar o Cristo ressurreto.

E o próprio Senhor Jesus, sendo perfeito, foi crucificado por confrontar uma geração hipócrita. Hoje, o cancelamento assume outras formas: exclusão social, perda de oportunidades, boicotes, acusações públicas, escárnio.

O preço por dizer que há uma só verdade, um só caminho, uma só salvação — Jesus Cristo — pode ser alto. Mas a fidelidade ao Senhor não pode depender da aceitação das multidões.

Paulo declarou: “Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” Romanos 1:16. E também escreveu a Timóteo: “Todos os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” 2 Timóteo 3:12.

Em outras palavras, ser fiel à verdade inevitavelmente trará oposição. O cristão deve estar disposto a pagar o preço de não ser popular, desde que permaneça firme diante de Deus. Entretanto, ser firme na verdade não significa ser arrogante.

A resposta cristã à cultura do cancelamento não deve ser ódio, revanche ou orgulho espiritual. Antes, devemos nos lembrar das palavras de Pedro: “Antes, santificai a Cristo como Senhor em vosso coração, e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” 1 Pedro 3:15.

Cristãos não foram chamados para se esconder, nem para se calar, mas para brilhar. E isso custa. Custa o conforto da aceitação, custa a reputação diante dos homens, custa a exposição a críticas e zombarias. 

Mas há algo que vale infinitamente mais: a aprovação do Pai, o testemunho diante do mundo e a coroa da glória reservada àqueles que permanecem fiéis até o fim. Se permanecer firme na verdade está te tornando alvo de críticas, lembre-se: você está em boa companhia.

Jesus foi rejeitado, os apóstolos foram perseguidos, e a igreja verdadeira sempre foi minoria diante da cultura dominante. Não se surpreenda quando for “cancelado” por seguir a Cristo, surpreenda-se se o mundo aplaudir uma fé sem cruz.

Não busque agradar aos homens. Busque agradar a Deus. A verdade pode custar caro aqui, mas o preço da omissão espiritual é ainda maior. No fim, só haverá uma voz que realmente importará: a do Senhor dizendo “Bem está, servo bom e fiel” Mateus 25:21.

Portanto, fique firme. Fale a verdade em amor. E mesmo que o mundo tente silenciar você, que tua vida continue sendo uma carta viva do Evangelho.

Comentários