Em tempos marcados por uma busca intensa por experiências espirituais. Há um desejo crescente por sentir, por ver, por tocar o sobrenatural. Embora o anseio por Deus seja legítimo, o caminho que muitos têm tomado para encontrá-Lo tem sido, perigosamente, um desvio da centralidade da Palavra.
Vivemos uma geração que, em nome da espiritualidade, ignora as Escrituras e isso é um risco real para a saúde da fé cristã. A Bíblia é clara ao afirmar que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Cristo (Romanos 10:17).
É por meio da Palavra que conhecemos a Deus, que discernimos Sua vontade, que identificamos o engano e somos transformados pela verdade. Qualquer experiência espiritual que não esteja fundamentada ou submetida às Escrituras se torna subjetiva, frágil e, muitas vezes, enganosa.
Jesus mesmo nos advertiu: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” Mateus 7:21. A vontade do Pai é revelada em Sua Palavra.
Há um tipo de fervor que emociona, que impacta, mas que não transforma porque está desconectado da verdade bíblica. É possível viver em intensa religiosidade, ter visões, revelações e até milagres e ainda assim estar distante de Deus.
A espiritualidade que agrada ao Senhor não é aquela construída sobre emoções, mas sobre obediência. Quando a experiência tenta ocupar o lugar da Escritura, abre-se a porta para o misticismo vazio, para heresias e para manipulações.
A Bíblia é o freio seguro para o coração humano enganoso por natureza (Jeremias 17:9) e é a fonte pela qual todas as demais manifestações espirituais devem ser avaliadas. Os bereanos foram elogiados por Paulo porque examinavam nas Escrituras se o que lhes era ensinado estava de acordo com a verdade (Atos 17:11).
Esse é o modelo. Precisamos voltar a ser um povo do Livro, um povo que valoriza a Palavra mais do que sinais. Uma igreja que ora e busca o mover de Deus, sim, mas que se fundamenta na Bíblia como autoridade máxima de fé e prática.
O Espírito Santo jamais se opõe à Escritura, Ele é o seu Autor. Qualquer movimento, pregação, visão ou prática que contradiga ou banalize a Bíblia, não vem do Espírito de Deus. O Espírito nos guia para a verdade, e Jesus disse: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” João 17:17.
Ignorar a Bíblia em nome de experiências é como apagar a lâmpada e tentar andar na escuridão apenas pela emoção. Não há espiritualidade genuína sem Palavra. O cristianismo autêntico nasce da cruz, caminha pela fé e é sustentado pela Escritura.
Que possamos ter um coração sensível ao Espírito, mas enraizado na Palavra. Que busquemos experiências com Deus, sim, mas experiências que confirmem, fortaleçam e glorifiquem a verdade revelada nas Escrituras.
Em tempos de muito barulho espiritual, a Palavra de Deus continua sendo a bússola segura que aponta para Cristo, a única verdade que liberta. “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” João 14:6.
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