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A INQUIETAÇÃO QUE VEM DO ESPÍRITO SANTO: O confronto que transforma.

É comum que, em nossa caminhada cristã, sejamos tentados a permanecer na zona de conforto. Afinal, ela nos proporciona certa estabilidade, previsibilidade e até segurança emocional.

O problema é que esse conforto muitas vezes se torna uma prisão invisível que nos impede de experimentar a plenitude da vontade de Deus. Muitos cristãos hoje escolhem o caminho mais fácil, não porque estão plenamente convencidos, mas porque têm medo das mudanças.

Pensam: “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”, “Em time que está ganhando não se mexe”, “Melhor não mexer com o que está quieto”, Trocar seis por meia dúzia? Outros se perguntam: “E se eu me arrepender depois?”, “Como deixar para trás amigos, tradições e uma vida social construída por anos?”.

Essas expressões e dúvidas revelam uma crise existencial e espiritual, um confronto entre o que somos hoje e o que Deus está nos chamando a ser. A inquietação que nasce nesses momentos não é casual. Para os que têm o Espírito Santo, essa perturbação interior pode ser uma santa inquietação, um chamado divino para sair da estagnação e avançar para o propósito.

O Espírito nos confronta porque nos ama. Ele nos incomoda porque quer nos despertar. Permanecer no conforto pode parecer sensato aos olhos humanos, mas aos olhos de Deus pode ser um obstáculo ao crescimento espiritual.

No livro de Hebreus 12:11 nos lembra: Na verdade, nenhuma disciplina parece no momento ser motivo de alegria, mas de tristeza; depois, porém, produz fruto pacífico de justiça nos que por ela têm sido exercitados. Ou seja, o confronto, a correção, a mudança, são necessários para gerar frutos.

Jesus nunca chamou ninguém para uma vida confortável. Ele disse: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” Mateus 16:24. A vida cristã é marcada por renúncia, por decisões que desafiam nossa lógica, por caminhos estreitos que nos levam à vida.

Quando pensamos no confronto que o Evangelho gera, pensamos também no conforto que ele nos oferece, mas é um conforto diferente: não é o da zona de segurança, mas o da certeza da presença de Deus em meio à obediência.

Vale mais trocar o conforto humano pelo confronto divino, pois nele está a verdadeira transformação. Em 2 Coríntios 3:18, o apóstolo Paulo afirma que, ao contemplarmos a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, como pelo Espírito do Senhor.

Essa transformação não ocorre onde há comodismo, mas onde há entrega, dependência e disposição de obedecer. Quando alguém me pergunta se vale a pena abrir mão de tudo para seguir a Cristo mais de perto, minha resposta é: vale cada passo, cada lágrima, cada renúncia.

Porque, ao nos confrontar, Deus também nos conforta com Sua graça, com Suas promessas, com a esperança que não decepciona. Servir a Deus de forma genuína exige coragem. É confrontador perceber que podemos estar em um lugar onde não fomos chamados para permanecer.

Mas a voz do Espírito sempre nos conduzirá ao centro da vontade do Pai. A inquietação que vem de Deus não é destrutiva. Pelo contrário, ela nos leva ao arrependimento, à reflexão, à mudança de rota. Muitos de nós só crescemos porque fomos sacudidos por essa inquietação.

Quando tudo está confortável demais por tempo demais, talvez seja hora de perguntar: “Estou mesmo onde Deus quer que eu esteja?” A verdadeira paz vem quando, mesmo em meio à tempestade das mudanças, sabemos que estamos no barco certo com Cristo.

Portanto, não tema o confronto. Tema permanecer confortável demais onde Deus não quer mais que você esteja. O confronto que vem do Espírito Santo gera vida, crescimento e uma fé robusta.

É melhor ser confrontado por Deus do que confortado pelo mundo. Que possamos responder a essa inquietação com fé, humildade e obediência, pois é nesse caminho que o Senhor nos transforma e revela o Seu melhor propósito para nós.

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